Janeiro
Naquela tarde de janeiro
o sol brilhava no planalto central do país.
Subiam a ribalta
o Brasil feliz
diverso,
inclassificável,
esperançoso.
Esquecíamos, por um lapso,
o ódio,
a aprofobia,
o racismo,
a misoginia
e outras fobias que haviam regido a nação,
por quase infindos quatro anos.
Ríamos.
Era realidade ou utopia?
De certo, não sabíamos.
Mas havíamos, definitivamente, demitido o iníquo.
Um país multicultural repintava a bandeira.
O Brasil voltava a ser dono de si mesmo.
[Salvador, 01.01.2023]